quinta-feira, 13 de março de 2014

Professores?...


Sei que minhas considerações não servem para nada e que meu blog é apenas meu local de conversar comigo mesma, dessa forma falarei porque estou com vontade.
Há uma onde de defesa e acusação de figuras e partidos políticos, os contra PT e contra PSDB, os anti Lula e Dilma e os contra FHC e companhia. Há uma tardia descoberta da fragilidade das urnas eletrônicas. Há Copa e eleições esse ano e houve manifestação popular nas ruas, Venezuela em guerra e confusão lá do outro lado do mundo.
O Facebook tem conseguido “informar” um numero maior de pessoas. Não os jovens, mas pessoas que como eu, cansaram de ler o que convêm a quem criou/manipulou/maquiou as noticias. Com o auxilio de amigos e conhecido podemos  ter acesso a informação que está espalha em toda a internet, mas que sozinhos seria muito difícil achar, dessa forma, um acha uma coisa e compartilha, outro comenta algo e vc tem a liberdade de pesquisar ou não sobre qualquer fato. A parcela que hoje frequenta o face ainda é do grupo gosta de pesquisar. Falo por mim, claro e dos grupos e pessoas com quem tenho contato. Não é ciência, é minha observação.
Sou do tempo que havia uma admiração pelos professores. Eram como seres de outra ordem, de uma luminosidade, de um acesso a informação que só os especiais tinham acesso. Quando havia motivo para falar com o professor era um evento, se esticava a camisa, limpava a garganta e se escolhia as palavras. Respeito hoje que não se tem nem pelos pais.
Lembro que a ultima eleição que participei, fui mesária e era uma das fãs da ideologia petista. Como é proibido boca de urna e respeito a lei é bom, apenas usei uma camisa vermelha, uma campanha velada e mas legal. Acreditava e chorei vendo o metalúrgico subindo a rampa, lembro onde estava e a emoção que senti. Que pena.
O país e seu povo não evoluiram depois disso. O exemplo de alguém sem estudo e que se gabava disso fez um reflexo no povo. Pequenas atitudes tem efeito devastador nas massas. Sutilmente, assim como a minha camisa vermelha, aos poucos e bem devagar o glamour pelo acadêmico foi sendo jogado no lixo.
Lembro do primeiro convite a participar de uma festa na casa de uma professora, já estava na metade de meu curso universitário, não era mais uma criança, mas adentrar ao mundo dos professores era como ser convidada a ir ao Olimpo. Busquei todas as desculpas de porque isso estaria acontecendo e não tive coragem de ir. Devo ter tido uma dor qualquer, uma boa desculpa, mas eu não era suficientemente boa para frequentar aquele lugar. Depois acabei indo a outro evento nessa mesma casa, mas sempre como se não pertencesse aquele lugar. Engraçado que recebia professores em minha casa, mas era diferente, era minha casa.
O que quero dizer é que o magistério era um tipo de sacerdócio. Mesmo no colégio, quando um professor se atrasava ficávamos no muro esperando aquela entidade estacionar o carro como se viesse de muito, muito longe, lá do lugar onde o saber se escondia. Quando vejo hoje o abandono e a degradação daquele prédio onde aprendi a ler não fica difícil imaginar o que aconteceu com as crianças que frequentavam o lugar. O prédio espelha a realidade de seus frequentadores. Assim como em minha amada universidade hoje há tanto carro, mas tanto carro que não se vê mais gente conversando, admirando, ouvindo os mestres. As aulas são gravadas, sei la, poderiam ser, os tablets, ipad, ipod... sei lá. Argh!!
Nem mesmo os professores são da mesma natureza. Tenho em meu grupo de face ( e me envaideço disso) alguns de meus professores universitários e seus post, seus comentários e curtidas em nada se parecem com os post professores que saíram de lá. Me orgulho de ter tido mestres, mas poucos dos que frequentaram os bancos universitários comigo se tornaram mestres. O professor se tornou humano, demasiadamente humano. Triste ver que os garis conseguiram aumento, mas os professores não. E estão em greve de novo e ninguém notou. Eles são como nós, e dessa forma não merecem mais do que nós que votamos e escolhemos baseados em gostos pessoais, em interesses individuais.
Antigamente mesmo que se discordassemos de um professor era necessário argumentos muito bons, hoje esses mortais tem menos informação que qualquer um com acesso e tempo na internet. Lição de casa é pesquisar na internet. Titio google tornou o saber popular e desnecessário, afinal esta lá, sem esforço nenhum.
Tenho filhos em idade escolar e me tornei a mãe chata. Não me agrada o titulo, mas é triste ver a degradação da qualidade dos professores. A diferença de idade de meus filhos me possibilitou um amplo espectro de observação ( filho de 20, 10 e 5 anos) quando se pergunta as professoras o que leram nenhuma delas leu nada nunca. Mas gabam-se de títulos, muitos sempre, sei la como conseguidos. Eu não consegui nem mestrado, mas agora todo mundo tem. Sei la como...
Em cada canto uma universidade, uma faculdade a preços populares. Todo mundo agora pode ser doutor. Como no filme infantil “Os incríveis” “o melhor jeito de dizer que ninguém é importante é dizer que todo mundo é importante”.
Temo pela contaminação da sombra que cresce. Todos, inclusive eu, conhece a musica das poderosas e do beijinho no ombro, contágio rápido. Essa será a base de qualquer eleição, qualquer escolha. Publicidade, quem tiver a melhor campanha, de contágio. Assim como foi antes com marajás e metalúrgicos, apenas campanha. Em minha meleca de opinião enquanto não recuperarmos os mestres, não saberemos escolher. Era para isso que existiam especialistas, para que pudéssemos dançar o beijinho no ombro enquanto alguém que tivesse conhecimento e valores nobres pudesse dizer bases verdadeiras para escolhas ate mesmo de candidato.
Não é coronelismo, isso é por determinados interesse. Não é militarismo, só mudou o interessado. A dona da casa troca os funcionários, mas zela pelo bem da família guiada pelo amor e não pelo medo. Claro que falo num mundo ideal, de uma dona de casa que permitisse a seus filhos se tornassem Beatles. Não tenho a formula de nada, nem sei de nada. Apenas acho que esta tudo uma bagunça e falta não alguém para salvar a pátria, mas gente que estude essa pátria, crie cidadãos, forme humanos e não reprodutores.
Vamos curtir o carnaval, a copa e continuar reclamando. Tento fazer a minha parte no micro. Vejo as lições de casa e são tão ridículas, já tentei conversar com a escola, mas é o sistema. Converso com meus filhos sobre o que não esta nesses livros, aprendo com eles o mundo que não conheço e mostro o que conheço. Desejo que tenham sorte, só isso.
 Boa sorte...





2 comentários:

  1. Incrivel, fala tudo o que é verdade! Mas não voi desistir de continuar tentando, mesmo que apenas no micro! Claudia

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  2. continue a nadar, continue a nadar...

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