Falar de
salvador nessa época do ano não é das tarefas mais fáceis, lembrando que
detesto carnaval desde que me conheço por gente. Quando pequena, minha mãe,
nascida em terras baianas, fazia questão de nos levar aos bailinhos e festas,
mas tudo que eu me perguntava já aos poucos anos era: “o que eu estou fazendo
aqui?”
Mas
salvador é muito mais que essa cidade de festa, mas nesse ponto leva enorme
vantagem, pois quando nem acabar o carnaval, já estarão se preparando para o
São João e é desse jeito que o soteropolitano leva a vida, numa eterna festa.
Conheci
salvador ainda nos anos 90 e já naquele tempo me apaixonei pelo que tem aqui de
imutável: a luz!!! Dizem alguns artistas, alguns que exercem o ofício de
verdade, que a luz que incide aqui só é compatível com a grega. Não conheço a
Grecia, ainda, mas me parece que la falta um pouco de cor e cor que aqui tem de
sobra!!
Cor na
pele, nos olhos, nas roupas, na comida, aqui tudo é muito colorido, alegre,
gostoso mesmo de ver. Para mim, solta o sorriso de ver tanta luz, como se
brilhassem...
Falta
muita coisa, mais hoje do que nos anos que sonhei em vir definitivamente. Agora
já busco a saída. Mas penso que o que falta aqui, falte em todo o país:
educação.
Mas sobra
alegria. Ver baianos conversando não se diz que são amigos e sim que estão
brigando, mas são próximos. Não se mata por futebol, por trânsito, nem essas
coisas que se vê nos jornais. Aqui se mata por amor ou falta dele. Acho que nos
outros lugares também...
O
soteropolitano leva a vida como quer, do jeito que quer. No mesmo bar o patrão
e o mais humilde de seus funcionários bebem juntos e racham a conta igualmente,
sem nenhum privilegio. Motos e carros caros na porta de lugares e é impossível
identificar o proprietário. Todos tem a mesma cara de gente. Branca, preta,
marrom, amarela... aqui todos são gente de luz.
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